A retirada de uma cobra jiboia de uma árvore localizada no Condomínio Recanto das Mangueiras, na Estrada das Barreiras, bairro do Cabula, na última quarta-feira (10), chama atenção para o importante trabalho realizado pelo Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa), unidade vinculada à Guarda Civil Municipal (GCM). Salvador é uma das poucas cidades do Brasil que possui um grupo especializado, ligado ao poder público municipal, que realiza resgate de animais silvestres, ações de conscientização sobre o meio ambiente e também atua como órgão fiscalizador e de pesquisa, em parceria com outras instituições estaduais e federais.
Ele relembra que a presença da cobra em uma vegetação muito próxima ao Edifício Cactus deixou os moradores bastante assustados. “Ficamos com medo, tinham crianças brincando e o animal estava muito perto das janelas”, relata. Após o resgate, Andrade fez questão de elogiar o serviço prestado pelo grupamento, ressaltando a qualidade desde o momento em que estabeleceu contato telefônico para informar sobre a presença do animal.
“Atendimento de excelência, rápido e muito técnico, sem contar que os guardas foram muito atenciosos. A equipe que me atendeu pelo telefone também. Responderam a chamada, fizeram perguntas técnicas e solicitaram foto do local. Todos muito profissionais e cuidadosos”, descreveu Fiuza.
Aparecem entre as espécies mais comuns encontradas tartarugas marinhas, sariguês, jiboias, jabutis, saguis, corujas e gaviões. O número de resgates deste ano já supera o balanço do mesmo período de 2024. A Via Parafuso, na Região Metropolitana, concentra quase todos os registros (4.147). Outras áreas com maior incidência são Itapuã/Ipitanga (236), Barra/Pituba (90) e Centro/Brotas (38). Em 2024, o número de ocorrências já havia disparado: crescimento de 174% em relação a 2023.
O coordenador do Grupo Especial de Proteção Ambiental, Robson Pires, chama atenção para o aumento do número de aparecimento de espécies silvestres em áreas comunitárias. “É um reflexo direto da expansão urbana. Animais buscam alimento e abrigo nas cidades e, infelizmente, acabam em risco. Nossa equipe do Gepa trabalha para garantir a segurança tanto desses animais quanto da população. Por isso, faço um apelo: ao encontrar um animal silvestre, não tente resgatá-lo por conta própria. A atitude mais segura é acionar nossos canais oficiais”, alerta.
Como acionar – O Gepa pode ser acionado através dos telefones (71) 3202-5323 e (71) 3202-5343. Os resgates seguem protocolos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Após triagem, os animais são encaminhados para instituições como o Núcleo de Ofiologia para Animais Peçonhentos da Universidade Federal da Bahia (Noap/Ufba), o Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), o Projeto Tamar ou o Instituto Mamíferos Aquáticos, variando de acordo com a espécie.
“Somos treinadas para o manejo seguro e o encaminhamento dos animais para reabilitação em locais especializados. A colaboração de todos é fundamental. Juntos, conseguimos proteger a nossa fauna e o nosso ambiente”, reforçou o coordenador do Gepa, Robson Pires.